quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lizzy BloodMoon

História da Lizzy:

   Lizzy era uma garota estranha, sempre atormentada pelas crianças de seu bairro, numa pequena cidade no Kansas, nos EUA. Talvez pelos seus olhos estranhos, um azul e o outro vermelho. Ela quase não falava, fazia tudo sozinha e evitava se misturar, tanto que usava um tapa olho em seu olho vermelho.
   Seus pais eram divorciados, mas moravam na mesma casa. Eles brigavam toda noite, e depois se embebedarem para esquecer a briga, maltratavam Lizzy. Batiam nela com cintas, quebravam garrafas em sua cabeça. Ela tinha uma péssima vida.
   Quando ela tinha oito anos de idade, seu pai quebrou uma garrada e furou o olho de Lizzy com ela. O olho vermelho de Lizzy era artificial. Ela tinha cicatrizes por todo seu corpo, então só usava calças jeans e moletom, camisas de manga comprida e jaquetas. Lizzy não era desprovida de inteligência nem de beleza. Era uma bela garota antes de seu pai estragar a vida dela. Ela tinha longos cabelos negros, como um pedaço longo de seda negra caindo sobre seus ombros.
   Um dia, fugindo de uma monótona briga entre seus pais, que começara enquanto Lizzy dormia, ela saiu pela janela do jeito que estava: de camisola de seda branca, sem seu tapa olho. Correu para a floresta, seu refúgio de quando essas brigas começam. A lua nesse dia tinha cor de ferrugem, um vermelho sangue-seco. Lizzy se esconde por entre as árvores e passa por cima da cerca que impede a visão do lago no porque. Hoje o lago estava cor de sangue por cousa da luz da lua refletida no lago. Parecia tanto sangue escorrendo pelo chão que Lizzy precisou pegar a água para se certificar de que era realmente água. Colocou os pés na água e olhou para a lua, já no alto
   Lizzy viu a posição da lua e percebeu que já era meia-noite. Talvez seus pais já teriam terminado de brigar. Ela então começou a se por de pé, mas algo a chamou de volta. Um ruído, alguma coisa na água. Ela se virou para ver o que era. Nada. Talvez um peixe. Deu de ombros e começou a andar em direção á cerca novamente, mas dessa vez o barulho foi mais alto. Ela se virou.
   Uma "coisa" submergia da água. Tinha forma humanoide, usava um capuz brilhante vermelho que respingava. Ela estava imaginando coisas, pois achava que o capuz era feito da água do lago, e talvez fosse, mas não era o caso. A "coisa" pairava em cima d'água, na frente de Lizzy. E pânico a tomou. Uma coisa negra jorrava de dentro do capuz, seu rosto não aparecia, estava debaixo do capuz. Então o capuz caiu. Foi a coisa mais horrenda que já havia visto. Uma cabeça com pele branca-neve. Ele não havia olhos. Em seu lugar, duas órbitas negras e vazias com um líquido negro jorrando de dentro. Sua boca era costurada. A única coisa que se lembrou de fazer fora gritar, mas isso só fez a coisa vir em sua direção esticando o braço com longas, afiada e suaja unhas fazendo então sua última cicatriz, dessa vez na garganta.

História em sim:

   Eu sou Beatriz. Talvez eu tenha parentes no Kansas, talvez eu nem tinha ido no Kansas, mas eu me lembro. Aquela garota me colocou a beira da morte. Nunca me esquecerei do que aconteceu. Nem se eu pudesse.
   2 anos atrás, estava eu, presenciando uma monótona chuva de inverno durante uma lua cheia. Certamente, o dia começou diferente para mim. O sol estava numa cor pôr-do-sol sendo 8 horas da manhã. A lua então estava numa cor vermelha sangue-seco. As gotas de chuva pareciam gotas de sangue caindo do céu, tanto que tive que colocar a mão fora da parte da casa para me certificar que era água.
   Mais de meia-noite, e ainda estava na frente de casa, com a chuva incessante. Ouvi então uma voz feminina:
"Vou... Vingar. Vou..." E a voz repetia.
   Com medo fui para dentro de casa. Philip, meu irmão mais nova estava assistindo TV no sofá da sala, de costas para mim.
   – Philip, quer algo para comer?
   Philip, não respondeu. Devia estar dormindo. Então fui desligar a TV, então me deparei com a cena horrenda de meu irmão com a garganta cortada. Tentei acorda-lo, ver se era só uma brincadeira, mas não. Era verdade. Eu estava derrotada. Meu irmão morreu, não sei qual reação eu devia estar passando por mim. Ouvi minha irmã Louise gritar lá do andar de cima. Louise era minha irmã do meio. Dois irmãos no mesmo dia não. Não mesmo. Fui correndo direto para cima a tempo de deparar com a segunda pior cena da minha noite: Uma garota de cabelos grandes e negros e uma camisola branca( ou quase isso ) cortando a garganta da minha irmã. Uma explosão de sangue jorrou no chão. Cheguei a tempo de ouvir o último suspiro dela.
   Uma explosão de raiva me tomou e pulei em cima daquela garota. Ela me jogou no chão. Ficou de frente para mim a tempo de ver o rosto dela. Era linda, se não fosse um olho vermelho fora do lugar. Estava cheia de cicatrizes, e uma coberta de sangue seco em sua garganta. Eu olhei para a mão dela, que escorria o sangue de minha irmã. Com essa mesma mão ela rasgou a lateral da minha barriga e cortou minha garganta, lambendo a mão ensaguentada.
   Eu já havia quase morrendo quando uma sombra negra entrou pelo quarto, a baleando, e assim, eu desmaiei. Acordei três dias depois com meus irmãos vivos em minha casa no Brasil. O que havia acontecido? Mas havia duas cicatrizes novas. Uma na garganta e outra na barriga. Eu nunca mais fui para o Kansas.